segunda-feira, 9 de abril de 2012

Poema - Primeira Jornada

Dia de chuva em Lisboa
Dia de Carnaval no Mundo
E eu com vontade de viajar à toa
Aprender, conhecer-me a fundo

Quando saí de casa, em mim não acreditaram
Viram-me a sair e depressa exasperaram
Antes de fechar a porta, desejaram-me boa sorte
E esperaram também que passe depressa este corte

Rumei a Foros de Amora
O meu destino por agora
E quando lá chegado ergui o polegar
e logo comecei a perguntar

Até que um casal,
que voltava para Espanha
Me deu boleia,
sem me conhecer nenhuma façanha

Próxima paragem: Andaluzia
Com um passeio pelo meio em Sevilha
E não sei se foi do azar ou da sorte
Mas nesta cidade também me tornei mais forte

Quando um grupo de agentes me apanhou desprevenido
Encostou-me à parede e deixou-me em sentido
Revistaram-me de alto a baixo e pediram-me identificação
Fiz-me difícil e primeiro disse-lhes que não

No final de contas, eu estava legal
pois eu sou um viajante do vizinho Portugal
Ainda me perguntaram para onde é que eu ia
E no final um deles para a viagem me advertia

Chegado ao destino, constato o que se diz
“que em toda a Espanha, o melhor Carnaval é o de Cadiz”
Com os hoteis cheios e sem contactos ali,
Só me resta erguer o polegar e aguardar assim

Aguardo, pergunto e não desisto
Até que me pasmei com o que tinha visto
Uma jovem donzela, com um olhar de anjo
Maquilhada, espanhola, que me conquistou com o seu encanto

Diz-me que me deixa no seu conforto
mas apenas se fizermos um acordo
Vou ter que contar ao seu namorado
que venho da parte de um outro seu contacto

Aceitei,  até porque estava de passagem
e sem sítio onde dormir
E no final ela levou-me à paragem
para o meu caminho prosseguir

E se alguém um dia me perguntar,
o que fui fazer a Tarifa
Posso dizer que lá fui,
e lá me saiu uma rifa

Hospedado pelo Couchsurfing
num Hostel em construção
Enquanto trabalhava
Conheci o fundador de um site de jogos de mão

E lá tive conversas de inspiração
De que somos capazes do que achamos que não
E que é esse mesmo sonho que nos faz alcançar
E do meio do nada, fazer o mundo girar...