segunda-feira, 1 de junho de 2015

Activistas - Parte I

ACTIVISTAS - Cimeira da guerra.

História ficcional
João Carlos Aguiar - 30 de Junho de 2014 - Lisboa, Portugal

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NOTAS PRÉVIAS:  
i) O texto é escrito segundo as normas do Antigo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
ii) Os nomes de pessoas, as datas e horas apresentadas, assim como os lugares e as cenas descritas são ficcionais.
iii) Dedico este texto aos e às lutadoras de direitos, aos meus pais pelas oportunidades que me deram, ao meu irmão pela sua fraternidade, e à minha namorada pelo seu amor.

O mundo é um lugar perigoso para se viver; não devido às más pessoas que nele habitam, mas sim às pessoas que nada fazem quanto a isso.” - Albert Einstein


Parte 1 de 6

Cimeira da Guerra


A próxima cimeira realiza-se em Lisboa, dentro de dois anos!” - anunciou de um modo retumbante o secretário-geral, tendo logo de seguida batido com a sua mão direita no púlpito em que falava diante de jornalistas de todo o mundo. Concluindo, disse ele - “Sempre em defesa da paz, despeço-me de todos vós em nome da NATO, a Organização do Tratado do Atlântico Norte”.

Que hipocrisia” pensámos todos e todas nós ao visualizar aquelas cenas na televisão, no espaço cultural do Intendente, em Lisboa. Nesse mesmo dia, sexta-feira 23 de Setembro de 2008, começámos a preparar-nos para o que seria o maior evento político dos últimos tempos em Portugal. Todos achávamos que era de todo impossível terminar com a guerra, a violência e os massacres, usando exactamente esses meios. Era necessário quebrar o ciclo de uma forma positiva, em vez de o alimentar com mais guerras e violência.

Passados dois anos, em finais de Agosto de 2010, já se preparava uma contra-cimeira. E claro que a íamos preparar. Não podíamos viver incólumes com a maior organização bélica do mundo, a partilhar o espaço de paz, diálogo intercultural e político que habitamos em Portugal. Esperavam-se neste contra-evento vários palestrantes, activistas, pacifistas, e quiçá mais importante, chegariam também vítimas inocentes da NATO bombardeadas em ataques citeriores. Por exemplo, na Sérvia, aqui tão perto no mesmo continente e onde há tão pouco tempo uma capital europeia foi completamente destruída, ainda corria a década de noventa. Ou no Afeganistão, no Ruanda, em Angola, entre muitos outros lugares. Infelizmente.

Librered CC-BY-NC-ND.
Já tínhamos visto e aprendido que a guerra pela paz acabava sempre por alvejar os mais frágeis, indefesos e inocentes. Ou seja, aqueles e aquelas que nada tinham que ver com os próprios conflitos políticos, religiosos ou económicos, nos quais as forças internacionais se digladiavam. E é sempre injustificável vitimá-los, ainda para mais tratando-se de uma organização que se apresenta ao Mundo como defensora da paz e da estabilidade. Apenas mentiras, laivos de pseudo-estratégias militares mal desenhadas e inconsequentes. Mas pior ainda, estratégias que tantas vezes foram ineficazes, pois nem sequer a paz deixavam quando as suas tropas partiam.


Continua...



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"ACTIVISTAS - Cimeira da guerra."
História Ficcional
João Carlos Aguiar - 30 de Junho de 2014 - Lisboa, Portugal
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